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REPUBLICANOS E MDB PRÓXIMOS DE ACORDO POR FEDERAÇÃO

Posted On Segunda, 19 Mai 2025 13:08
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O anúncio da federação entre União Brasil e PP levou o MDB a buscar uma aliança nacional com o Republicanos que, se concretizada, pode afastar o partido do apoio formal à reeleição do presidente Lula (PT) -hoje já improvável, segundo emedebistas

 

 

Por Edson Rodrigue

 

 

A federação exige que os partidos atuem juntos em todos os estados e nacionalmente, como se fossem uma só agremiação, por quatro anos. O instrumento surgiu em 2021 como uma forma de sobrevivência das pequenas legendas, mas tem mexido também no tabuleiro dos grande partidos.

 

A federação União-PP, chamada União Progressista, terá a maior bancada da Câmara, com 109 deputados federais, e do Senado, com 14 senadores (empatado com PSD e PL). Também terá a maior parcela dos fundos partidário e eleitoral e o maior tempo de propaganda eleitoral na TV e rádio.

 

Deputados do Republicanos pelo Tocantins

 

Os demais partidos de centro-direita e direita avaliam que a estrutura da federação União-PP dará ao grupo a condição de pleitear as vagas de candidatos ao Senado ou vice-governador em cada estado, com a oferta de tempo de TV. Além disso, a aliança entre duas grandes siglas facilitará a montagem das chapas para deputado federal e estadual, ao reunir muitos candidatos com votos, o que facilita a eleição devido ao atual sistema proporcional, que leva em conta na distribuição das vagas a votação de todos os candidatos da legenda ou da federação.

 

REAÇÃO

 

Para reagir a essa nova força eleitoral, MDB e Republicanos intensificaram conversas sobre se unirem em uma federação também. Outra conversa do Republicanos é com o partido que resultará da fusão entre PSDB e Podemos.

 

Governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) 

 

Essas negociações, no entanto, ainda precisam aguardar a concretização dessa união para começarem de fato.  No MDB, a ideia da federação começou a ser debatida no mês passado, num encontro entre o presidente do partido, Baleia Rossi (MDB), e o do Republicanos, Marcos Pereira, mas ganhou adeptos entre diversas alas do emedebismo após o anúncio da União Progressista. 

 

“A consolidação dessa federação faz com que as pessoas deixem de lado as filigranas do processo e entendam como necessária uma federação”, diz o deputado José Priante (MDB-PA), primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

 

Para o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), o partido precisa buscar alianças para se manter como um ator importante na política. “Quem não se federar vai ficar numa divisão inferior, e o MDB é partido de série A, não pode admitir disputar outra série”, afirma.

 

Se unidos, MDB e Republicanos teriam 15 senadores, a maior bancada da Casa, além de 88  deputados e cinco governadores.

 

 E essa possível aliança com o partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afasta mais o MDB da possibilidade de apoiar a reeleição de Lula. Tarcísio é cotado como sucessor de Jair Bolsonaro (PL), caso o ex-presidente continue inelegível, mas ele tem a opção também de mudar de legenda e concorrer pelo PL.

 

Entre dirigentes do MDB, a possibilidade de apoio formal ao petista já é praticamente descartada, a não ser que ocorra uma reviravolta que torne Lula amplamente favorito para a eleição de 2026. A sigla comanda hoje três ministérios: Transportes, Cidades e Planejamento.

 

Um dirigente nacional diz que mais de 90% da bancada federal não concorda com esse apoio, por acreditar que perderá votos se tirar uma foto com o petista e postar nas redes sociais. Apenas a ala nordestina e parte do Norte ainda cogitariam a coligação.

 

UNIÃO DO MDB COM REPUBLICANOS FORTALECE AMÉLIO CAYRES

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 vem acompanhando e comunicando aos tocantinenses a movimentação das cúpulas nacionais dos partidos em busca de fortalecimento e representatividade nos Estados, visando as eleições de 2026 e, principalmente, obter um maior porcentagem do Fundo Eleitoral, assim como mais tempo no Horário Obrigatório de Rádio e TV, que são distribuídos de acordo com o “tamanho” de cada legenda ou federação partidária na Câmara Federal.

 

No Tocantins, a já comentada federação entre o MDB de Alexandre Guimarães e o Republicanos, de Wanderlei Barbosa, chegará em boa hora para ambos.

 

 

O MDB, presidido pelo deputado federal Alexandre Guimarães, vem tentando formar um grupo forte e evitar rachas internos. Com a federação e a chegada de mais dois deputados federais, cinco deputados estaduais, dezenas de prefeitos e centenas de vereadores, a tarefa de Alexandre torna-se mais fácil, na busca por um MDB que resgate a sua importância política no Tocantins.

 

Além disso, a federação contará com a presença do governador Wanderlei Barbosa, em uma já consolidada candidatura ao Senado - embora nada esteja garantido por ele – e índices de aprovação e popularidade na casa dos 80%. Como Alexandre Guimarães é um apoiador de primeira hora de Wanderlei Barbosa, que não colocou barreiras para que o parlamentar saísse do Republicanos para assumir o MDB.

 

Pelo lado do Republicanos e do próprio Wanderlei Barbosa, dependendo do andar da carruagem, pode surgir uma confirmação do apoio definitivo à candidatura de Amélio Cayres, presidente da Assembleia Legislativa e seu leal companheiro.

 

 

Com a Federação confirmada, será Amélio Cayres o maior beneficiado pelo Fundo Eleitoral e pelo tempo de rádio e TV, podendo associar a sua imagem a um partido que já elegeu dois governadores – Moisés Avelino e Marcelo Miranda, este eleito por três vezes – já teve vários deputados federais e estaduais, presidiu a Assembleia Legislativa e mesmo em um momento de recomposição, tem o respeito de toda classe política tocantinense.

 

POLÍTICA É IGUAL A NUVEM

 

Como dizia o saudoso Ulysses Guimarães, a política é igual à nuvem. Uma hora está de um jeito e, minutos depois, já mudou de configuração.

 

Isso faz deste momento um episódio delicado, onde a cautela se faz primordial, pois inimigos podem passar a ser aliados e amigos podem passar a ser adversários. Fazer críticas a alguma liderança política ou afirmar que “desta água não beberei”, são atitudes a serem evitadas com veemência e cuidado.

 

CONSOLIDAÇÃO DA UNIÃO

 

Fato é que, apesar das Federações Partidárias serem decididas pela cúpulas nacionais dos partidos, ignorando as características políticas de cada estado, ou seja, sem ouvir as bases, o MDB e o Republicanos, no Tocantins já são parceiros e componentes do mesmo grupo político. Desta forma a Federação apenas vem consolidar uma união política que já existe de fato.

 

 O MDB sai fortalecido coma Federação, pois não tem nenhum deputado estadual eleito e o deputado federal que tem é o próprio Alexandre Guimarães, eleito pelo Republicanos de Wanderlei Barbosa.

 

Ou seja, Todos esperam que essa Federação se consolide e venha a ser mais um impulsionador das pretensões políticas do grupo palaciano.

 

Quem diria....

 

 

Última modificação em Segunda, 19 Mai 2025 14:35
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