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OPOSIÇÃO DIVIDIDA FORTALECE O CANDIDATO LAUREZ MOREIRA

Posted On Segunda, 29 Setembro 2025 04:48
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Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues

 

 

A cena política do Tocantins entra em 2026 sob o impacto de dois fatos concretos e de fácil leitura. O primeiro deles é o afastamento cautelar do governador Wanderlei Barbosa, decidido pelo STJ, e o segundo é a assunção interina de Laurez Rocha Moreira ao Palácio Araguaia. Esse duplo movimento transformou o tabuleiro estadual e acelerou decisões, nomeações e articulações que, se mantidas, colocam Laurez em posição de vantagem para buscar a reeleição.

 

A confirmação do afastamento do governador abriu espaço executivo e político imediato para a gestão interina, que vem recompondo o alto escalão e ocupando Brasília em busca de projetos e liberação de recursos. A tomada de decisões como nomeações, agendas com presidentes de Congresso e ministros favorece quem está no comando do Executivo. Laurez tem usado esse ativo institucional para projetar efetividade administrativa.

 

Recursos e palanque

 

 

A maior vantagem dos governos em exercício é a capacidade de visibilidade e de entrega de resultados no curto prazo. São atos administrativos, nomeações e itinerários em Brasília que se traduzem em matérias e em narrativa de “governo que não para”. Laurez tem buscado esse trânsito com articulações com lideranças federais e com deputados que o acompanham em agendas em ministérios, além de preencher cargos estratégicos no Executivo. Esse tipo de movimento encurta o tempo político e dá ao titular em exercício trunfos difíceis de serem neutralizados por pré-candidaturas dispersas.

 

Dorinha e Eduardo Gomes

 

Entre os nomes de oposição com maior capacidade de construir palanque competitivo aparecem a senadora Professora Dorinha (União Brasil) e o senador Eduardo Gomes (PL).

 

Até antes do afastamento de Wanderlei Barbosa, o Palácio apoiava a candidatura do deputado Amélio Cayres ao governo, enquanto o então vice-governador Laurez Moreira também estava no páreo. Nesse cenário, pesquisas de intenção de votos davam a senadora Dorinha larga vantagem sobre os dois.

 

O jogo mudou quando Laurez assumiu o governo. Sua candidatura ganhou peso imediato, turbinada pela força da máquina administrativa. Já Amélio Cayres, que dependia diretamente do apoio de Wanderlei, viu sua postulação evaporar com o afastamento do então governador.

 

Se a oposição conseguir montar um projeto de união em torno de Dorinha e Eduardo Gomes, com divisão clara de vagas majoritárias e integração das bancadas estadual e federal, há chance concreta de disputa equilibrada. Sem isso, a dispersão favorece a consolidação do atual governador.

 

 

O mapa de pré-candidaturas e movimentos regionais revela fragmentação. Existem tentativas de formar “terceiras vias”, candidaturas avulsas ou personalistas que, conforme o comportamento histórico das eleições no Tocantins, têm pouca probabilidade de se transformar em chapas competitivas quando não vêm acompanhadas de nominatas proporcionais robustas nem de apoio municipal consistente.

 

Nos grandes colégios eleitorais e no interior, a construção de nominatas (cabeças de chapa para as vagas proporcionais) e a capacidade de mobilizar prefeitos e lideranças locais são decisivas. Deputados e pré-candidatos que não conseguirem formar bancadas e palanques locais com estrutura correm risco de ver seus votos dispersos e isso tende a elevar o coeficiente eleitoral e a dificultar a manutenção de vagas partidárias.

 

Alexandre Guimarães: MDB dividido e risco de isolamento

 

 

O deputado Alexandre Guimarães, atual presidente estadual do MDB, carrega consigo o peso de não ter conseguido consolidar uma estrutura robusta para garantir sua própria reeleição. Eleito pelo Republicanos, sob apadrinhamento de Wanderlei Barbosa, acabou migrando para o MDB sem conseguir unificar a militância histórica do partido. O desafio é construir uma base sólida e competitiva dentro de uma legenda fragmentada, onde a infraestrutura política depende de candidaturas competitivas que, até o momento, não foram apresentadas.

 

Vicentinho Júnior: entre o Senado e o isolamento partidário

 

O deputado federal Vicentinho Júnior (PP) sempre buscou protagonismo eleitoral, mas enfrenta um cenário adverso. Após defender sua candidatura ao Senado, viu-se descartado dentro da própria legenda, que priorizou outros nomes — entre eles, Eduardo Gomes e Carlos Gaguim, ambos mais bem posicionados.

 

Tentou aproximação com Wanderlei Barbosa e, depois, com Amélio Cayres, mas os desdobramentos do afastamento do então governador enfraqueceram esse movimento. Mais recentemente, buscou espaço ao lado de Laurez Moreira, mas o atual governador interino já tem ao seu redor atores de maior peso político, como a ex-senadora Kátia Abreu e o senador Irajá. Na prática, Vicentinho está em um limbo político: sem palanque consolidado, sem nominata competitiva e sem clareza de qual espaço poderá ocupar em 2026.

 

Eleições não são para amadores

 

O governador interino Laurez Moreira vem demonstrando habilidade em demarcar território político. Suas escolhas para o governo conciliam experiência técnica e articulação política. Trouxe para perto lideranças de Araguaína, consolidou apoios do PSD e mantém trânsito com figuras de prestígio nacional.

 

 

A decisão do governador interino Laurez Moreira de manter Beto Lima à frente da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços foi recebida como um sinal positivo pelo agronegócio, pelos investidores privados e pelas entidades classistas ligadas ao setor produtivo. Sob sua gestão, a secretaria tem registrado avanços importantes na atração de investimentos, com dezenas de empreendedores nacionais e internacionais prospectando o Tocantins e consolidando projetos. Esse movimento já se reflete na criação de inúmeros empregos diretos e indiretos, reforçando a imagem de um estado aberto ao diálogo, competitivo e capaz de garantir segurança institucional a quem deseja investir.

 

 

Já a oposição precisa resolver seu dilema central e unir-se em torno de um projeto majoritário forte ou assistir à vitória antecipada de Laurez. A construção de uma frente ampla, com Dorinha na cabeça de chapa, Eduardo Gomes e eventualmente Wanderlei Barbosa disputando vagas ao Senado, seria a única estratégia capaz de equilibrar o jogo. Fora disso, a dispersão entre Alexandre Guimarães, Vicentinho Júnior e Eduardo Mantoan apenas fragiliza o campo oposicionista.

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 volta a afirmar para os membros da oposição que no desespero tentam construir uma terceira via: isso representa pular do avião a 20 mil pés e o paraquedas não abrir. As oposições não podem ser amadoras nas eleições estaduais de 2026. Não há espaço para aventuras ou aventureiros, as eleições são para profissionais e um pequeno deslize pode ser fatal. Lembrando que o governador interino, Laurez Moreira tem agido politicamente falando como um profissional, inclusive as escolhas de seus auxiliares demonstra boas ações políticas e administrativas.

 

A combinação entre poder institucional em exercício e fragmentação da oposição cria um cenário que fortalece Laurez: quem administra hoje tem agenda, visibilidade e recursos; quem ainda está em processo de construção partidária corre contra o relógio eleitoral.

 

Para reverter esse quadro, a oposição precisa consolidar candidaturas e nominatas, dividir espaços de forma pragmática e transformar recursos políticos em estratégia articulada. Caso contrário, 2026 poderá consagrar Laurez Moreira como o nome natural da eleição.

 

 

A senadora Professora Dorinha Seabra e o governador interino Laurez Moreira despontam como os dois nomes mais preparados para disputar o comando do Tocantins em 2026. Dorinha reúne credenciais que a colocam entre as figuras de maior respeitabilidade no Congresso Nacional: preside a bancada feminina, tem trânsito livre entre as lideranças partidárias e construiu uma sólida folha de serviços prestados aos 139 municípios do estado e à capital, Palmas. Sua trajetória como secretária de Educação, deputada federal e senadora comprova preparo técnico, ética e compromisso público. Já Laurez soma experiência administrativa e política: foi deputado estadual, deputado federal e prefeito de Gurupi por duas vezes, encerrando sua gestão com aprovação superior a 85%. Agora, como governador interino, ocupa espaço estratégico e demonstra capacidade de articulação e liderança. Se confirmados, Dorinha e Laurez representarão duas candidaturas consistentes, com legitimidade e peso político, cabendo ao eleitorado definir, nas urnas, qual caminho considera melhor para o futuro do Tocantins.

 

 

Última modificação em Segunda, 29 Setembro 2025 06:20
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