Por Valmir Araújo / ATN - De Araguaína
Durante a cerimônia de entrega de unidades habitacionais, do programa Minha Casa, Minha Vida, em Araguaína, na tarde desta sexta-feira, 14, com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, o Governador Siqueira Campos solicitou revisão do atual modelo de distribuição de energia elétrica no Brasil. Segundo o governador, o Tocantins exporta mais de 87% da energia produzida e ainda assim possui uma das maiores taxas de energia elétrica.
“O povo tocantinense tem de arcar com os custos relativos ao acionamento de usinas térmicas”, afirmou Siqueira Campos, lembrando que a energia consumida no Tocantins é, exclusivamente, de usinas hidrelétricas. “Pagar o alto preço de energia termo-elétrica, sem a utilizar, é uma grave injustiça imposta ao nosso povo”, completou.
O Governador ainda reivindicou a presidente da República, a construção da barragem da usina hidrelétrica de Santa Isabel, no Rio Araguaia, com vistas à regularização das enchentes e a proteção dos lagos da região. O chefe de executivo estadual também solicitou o andamento do programa Luz Para Todos (paralisado a mais de um ano no Tocantins), a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, da duplicação da BR 153, a construção da hidrovia Tocantins-Araguaia e o apoio do governo federal para a implantação das regiões metropolitanas de Palmas, Araguaína e Gurupi.
Ao falar sobre a entrega das unidades habitacionais, Siqueira Campos afirmou que Araguaína e o Tocantins “não esquecerão jamais o grande beneficio proporcionado pelo governo federal”. Na ocasião, ele destacou que o investimento em habitação trará benefícios econômicos ao município, que já é considerado como “Capital Econômica do Estado”.
Dilma Rousseff
Em seu pronunciamento, durante a entrega das casas, a presidente da República agradeceu as parcerias com a prefeitura de Araguaína e o governo do Tocantins. Segundo Dilma, através do Minha Casa, Minha Vida, mais de cinco mil famílias tocantinenses conquistaram o direito à casa própria.
“A casa própria era privilégio de alguns e hoje é uma realidade para muitos”, afirmou a presidente da República, lembrando que em Araguaína, 1.788 famílias conquistaram o direito à casa própria. “Muitos moravam em casas alugadas ou em casas de parentes e hoje têm endereço próprio”, acrescentou.
Entrega das casas
As 1.788 unidades habitacionais que foram entregues em Araguaína, contam com uma sala, uma cozinha, um banheiro, dois quartos e circulação. No interior das casas há aquecedor solar, os cômodos são forrados com PVC, são pintados e possuem cerâmica. O tamanho da casa é de 40,76m² e o lote é de 180m². O novo setor contará com uma escola pública, para atender a 950 alunos, um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
A cerimônia de entrega das casas também contou com a presença do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; da secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães; do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda; do prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (PR); alem de senadores, deputados federais e estaduais, secretários estaduais e municipais, dentre outras autoridades.
Por 5 votos a 2 , o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (12) que a União deve pagar uma indenização bilionária à massa falida da companhia aérea Varig. O valor pode passar de R$ 3,05 bilhões. O resultado do julgamento era aguardado por aposentados e pensionistas do fundo de pensão Aerus, que esperam receber dívidas trabalhistas e previdenciárias.
Os ministros decidiram que o congelamento de preços das passagens aéreas, imposto pelo governo para conter a inflação no período de 1985 a 1992, causou prejuízos à Varig. De acordo com o entendimento firmado, a União é responsável pelo desequilíbrio econômico e financeiro causado pelo controle dos valores dos bilhetes.
Os valores exatos da indenização são divergentes. A Varig alega que o congelamento de preços dilapidou o patrimônio da empresa e pede indenização de R$ 6 bilhões. O valor seria usado para pagar dívidas trabalhistas e previdenciárias de ex-funcionários e integrantes do fundo de pensão Aerus, patrocinado pela empresa. Para o Aerus, a indenização em valores atualizados é R$ 7,2 bilhões.
Apesar de ser voto vencido, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, disse que foi criada uma expectativa errada de que a indenização poderia ser usada para pagar os credores do fundo de pensão Aerus. O ministro explicou que o STF está julgando fatos que aconteceram antes do início dos problemas com o fundo. “Acho impróprio vincular esta ação com o Aerus”, disse.
A maioria dos ministros seguiu o voto da ministra Cármen Lúcia, que votou contra o governo. Na sessão de hoje, o voto dela foi seguido pelos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes ficaram vendidos.
Em seu voto, preferido em maio do ano passado, a ministra disse conhecer precedentes do STF que não reconhecem responsabilidade civil por atos da administração pública executados legalmente, mas informou que ainda assim vê o direito à indenização. Segundo ela, os aposentados e pensionistas do Aerus “estão pagando com a própria vida” pela demora no julgamento definitivo.
Oposição comemorou a votação em Plenário. Apesar da posição contrária do governo, a criação da comissão teve o apoio de quatro partidos da base aliada, entre eles o PMDB.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, em Plenário, o requerimento da oposição para criação de uma comissão externa de deputados para ir à Holanda acompanhar a investigação de denúncias relacionadas à Petrobras. A aprovação ocorreu por 267 votos a 28 e 15 abstenções e contou com o apoio de quatro partidos da base aliada: PMDB, PR, PTB e PSC.
Segundo a oposição, há denúncias de que a empresa SBM Offshore, com sede na Holanda, teria pago propina a funcionários de petroleiras de diversos países, entre as quais a Petrobras, para conseguir contratos de locação de plataformas petrolíferas entre os anos de 2005 e 2012.
Os líderes de oposição comemoraram a aprovação do requerimento. Autor da proposta, o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), declarou que se trata de um resgate do papel fiscalizatório do Congresso. "A Casa mostra com clareza que cumpre sua obrigação de fiscalizar e proteger", disse.
Imbassahy afirmou ainda que fica um alerta para a presidente Dilma Rousseff. "A presidente vai ver que não pode tratar o Parlamento como ela trata."
Já o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), minimizou o impacto da votação. Ele lembrou que o seu partido é o maior da Câmara e deverá estar em peso na composição da comissão externa. "Vamos cumprir o que foi aprovado, mas o PT é o maior partido e estará em maior número", declarou.
Investigações na Holanda
A comissão, de caráter temporário, vai acompanhar as investigações efetuadas pela instituição holandesa equivalente ao Ministério Público brasileiro.
Os membros do colegiado serão indicados pelo presidente da Câmara, após ouvir os líderes partidários. Caberá aos integrantes da comissão definir o plano de trabalho e, depois de acompanhar as investigações, adotar providências cabíveis para evitar prejuízos à Petrobras.
Antes da votação em Plenário, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), alertou para o fato de o ministério público da Holanda ainda não ter decidido se vai, ou não, levar adiante as investigações sobre as denúncias.
"No exato dia em que a Petrobras está captando 12 bilhões de dólares, a Câmara dos Deputados traz para ser votado requerimento para acompanhar aquilo que, tudo indica, ainda não existe", criticou Chinaglia.
Situação da Petrobras
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), ressaltou que as ações da Petrobras valem cada dia menos e que a empresa está endividada. "Não tem por que não averiguar o que está ocorrendo com a Petrobras. É uma vitória do povo brasileiro", disse Bueno.
Segundo a oposição, as ações da empresa atingiram o menor valor desde 2009. "O que acontece hoje com a Petrobras, com as ações em queda, é resultado da malversação do dinheiro público", disse o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).
Já o deputado Sibá Machado (AC), que é vice-líder do PT, afirmou que tudo não passa de estratégia eleitoral da oposição, de olho na eleição de outubro. "A oposição escolheu pontos para sangrar até a eleição. A Petrobras cresce, aumenta investimentos, supera a expectativa de lucro e, ainda assim, a oposição vai dizer que ela não cresce", criticou.
Atuação do Congresso
Também autor do requerimento, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a criação da comissão demonstra a independência do Congresso em relação ao Planalto. "Ela [a presidente] quis subjugar o Parlamento brasileiro e sua base aliada", criticou.
O líder do PR, deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (MG), que apóia o governo, disse que o Congresso sai mais forte depois da aprovação do requerimento. "É a palavra de um poder que quer ser respeitado como tal e vai insistir nas suas prerrogativas", disse.
Para o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), a votação é apenas o desfecho de uma proposta que deveria ter sido votada antes do Carnaval. "Tínhamos apoiado essa votação e não iríamos voltar atrás", afirmou.
A comissão que acompanhará as investigações sobre a Petrobras será a 21ª comissão externa criada nesta legislatura.
Com informação da Câmara Federal