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COVID-19: A CHANCE DE DAR ERRADO É BEM MAIOR QUE A DE DAR CERTO. O MOMENTO É DE UNIÃO E ATITUDE PELA SUA SAÚDE E A SAÚDE DE TODOS!

Posted On Terça, 14 Julho 2020 04:31
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Primeiro, é preciso esclarecer por que parece que tudo está dando errado no combate à pandemia de Covid-19 nas cidades do Tocantins

 

Este é um editorial didático, com a intenção de informar, sem nenhuma pretensão de ser uma cartilha, mas que vai unir teoria e prática em exemplos que todos os tocantinenses já têm conhecimento por meio dos veículos de comunicação.

 

ESCLARECENDO

A Covid-19 é uma doença viral, ou seja, causada por um vírus. O problema é que esse vírus é novo, desconhecido pela ciência e pela medicina e não há, ainda, uma vacina. É um vírus de gripe normal e conhecido, chamado coronavírus (Covid), mas em sua 19ª mutação, por isso o “19”.  Sua diferença para os outros 18 “Covids” é que ele é altamente infeccioso e transmissível e ataca o sistema respiratório de forma rápida e implacável, ou seja, se não for impedido pelas intervenções médicas, o Covid-19 vai matar o paciente.

 

É por sua alta capacidade de transmissão que é necessário o uso de máscaras e o distanciamento corporal, de pessoa para pessoa, o que a mídia vem chamando de “isolamento social”.

 

Nem, todos os médicos são capacitados para tratar os pacientes de Covid-19. Sem as medidas de impedimento de novas infecções, os hospitais vão lotar e não haverá médicos nem leitos suficientes para o tratamento necessário.  Isso significa que, quanto maior o número de casos, maior a possibilidade de um desses casos ser você ou um parente seu.  E, sem médicos e sem leitos, como dissemos antes, o Covid-19 vai matar o paciente.

 

PALMAS

Palmas é a Capital do Tocantins, a cidade mais populosa e a maior economia do Estado. Por essas características, é em Palmas onde deve haver a maior rigidez nas medidas de contenção de contaminação.

 

Palmas já contabiliza 26 mortos e 2.592 casos confirmados, mesmo tendo a segunda menor taxa de contágio entre as capitais brasileiras.

 

A administração da prefeita Cinthia Ribeiro agiu rápido no início da pandemia. A  primeira medida de contenção ao novo coronavírus foi tomada no dia 15 de março, quando as aulas da rede municipal foram suspensas. De lá pra cá, já houve o fechamento de todos os bares e restaurantes e do comércio em geral e decretação de Lei Seca. 

Os bons índices no controle da Covid-19, então, permitiram a reabertura gradual do comércio, no dia 8 de junho e de shoppings e academias de ginástica no dia 15 do mesmo mês.

 

Mas, como já dissemos, o Covid-19 não tem vacina nem tratamentos estabelecidos, ou seja, cada caso é um caso, e o que aconteceu em Palmas foi um aumento temerário de 200% no número de casos entre 15 de junho e o dia 12 de julho. Menos de um mês!

 

A prefeita, Cinthia Ribeiro se viu, então, obrigada a retomar as medidas de contenção de contágio, e decretou que os estabelecimentos comerciais não poderão funcionar das 20h às 5h, a partir desta segunda-feira 13 até o dia 27 de julho.

 

Os comerciantes reagiram ao decreto e falam em demissões e falências, num comprometimento geral da economia.

 

Muitas das críticas que começaram a circular pelas redes sociais contra a nova medida restritiva em Palmas são feitas por adversários políticos da prefeita, agindo de forma oportunista em pleno momento de consternação, confundindo política com politicagem, ignorando o perigo que a população corre e levando em conta apenas suas fomes por cargos públicos, mostrando o quão incompetentes e hipócritas são, justamente num momento que requer diálogo de alto nível e união para salvar vidas.

 

Mas, se formos analisar, o grande aumento no número de casos se deu por culpa da própria população, que, com o fim das restrições sociais, passou a lotar bares, promover aglomerações, encher as praias e, o principal, sem o uso de máscaras e os cuidados necessários para evitar a contaminação.

 

Chegamos a um ponto em que não dá mais para esperar.  É preciso abrir um diálogo com o comércio e o empresariado, e expor que, sem novas medidas, o risco é de se perder vidas, que valem muito mais que empregos e negócios.  O governo federal já determinou aos agentes financiadores, a abertura de linhas de crédito para micro e pequenos empresários, e para empreendimentos maiores, as taxas de juros foram cortadas pela metade.

 

Os comerciantes, microempresários, vendedores ambulantes, centenas de pais e mães de família que correm o risco de perder seus empregos e fontes de renda precisam, por outro lado, de uma atenção especial do poder público, com um leque maior de ações sociais para que essa parcela da população não fique totalmente desassistida e acabe agindo em contrário ás medidas de restrição, o que pode provocar um colapso no Sistema de Saúde Pública. Afinal, o que é melhor: voltar a ter clientes e empregos daqui a dois, três meses ou não ter mais clientes, patrões e funcionários?

 

PORTO NACIONAL

Já em Porto Nacional, apesar de toda a excelência do trabalho da secretária municipal de Saúde, Dra. Ana Cristina, a situação pode sair do controle rapidamente.  E o problema não é administrativo nem de gestão. É pura e simplesmente falta de consciência coletiva da população, que vem dando exemplos claros de falta de empatia (capacidade de se ver no lugar ou na situação de outras pessoas), descumprindo as normas e orientações para evitar o contágio, e repetindo a situação que foi observada em Palmas e obrigou a prefeitura a retomar as medidas restritivas.

 

Uma parte da população de Porto Nacional, curiosamente a mais culta e abastada, simplesmente ignora as recomendações e descumpre as medidas protetivas, lotando praias, bares, chácaras e ilhas, em festas regadas a muita bebida alcoólica e sabe-se o que lá mais, correndo o risco de se infectar e infectar seus próprios familiares e amigos. Já fomos enfáticos, em editorial passado, mas voltamos a afirmar: uma festa hoje pode significar vários funerais daqui há 15 dias.

Esse percentual da população portuense que vem agindo dessa forma, precisa ser tratada da mesma forma com que vem agindo.  A prefeitura precisa providenciar decretos estabelecendo punições e multas para quem descumprir as medidas restritivas, com apreensão de veículos, embarcações, até mesmo dos freezers, e multas altas, que doam nos bolsos, enquadrando esses irresponsáveis na Lei de Desobediência Civil. O que se acompanha em vídeos que circulam nas redes sociais, de festas em ilhas de Ipueiras, chácaras em Porto nacional e cidades circunvizinhas, foi um show de irresponsabilidade e falta de empatia. Cada pessoa que participou dessas reuniões festivas com aglomeração, coloca em risco os membros da sua família e amigos que estão cumprindo as regras de isolamento social, ao voltar para suas casas, seus trabalhos e para o convívio social normal.

 

Sem contar que muitas dessas festas contam com pessoas contratadas, geralmente de baixa renda – e nível cultural idem – que não têm outra alternativa de renda e acabam se submetendo a esse tipo de trabalho, tornando-se vetores involuntários do vírus e colocando em risco seus familiares.

 

Essas atitudes, festas e reuniões, precisam ser fiscalizadas, impedidas e os infratores insistentes punidos. Deve-se criar uma linha direta com a polícia ou com a fiscalização de posturas, para que a população possa denunciar essas festas e a polícia chegar a tempo de deter os responsáveis e puni-los. Algumas cidades do Brasil já estão agindo assim.  Não deve ser difícil encontrar uma lei Municipal já imposta para usar como modelo.  Porto Velho, capital de Rondônia, já colocou a polícia para cuidar dessas festas e conseguiu bons resultados.

 

CONCLUSÃO

Isto posto, esperamos que haja consciência e responsabilidade  dentre todos os envolvidos nesse que é o maior desafio da história moderna da humanidade.  Combater o Covid-19 é uma ação que precisa da participação – e compreensão – de todos os setores da sociedade civil.  De governantes, gestores municipais, a empresários e comerciantes, passando por uma parcela de responsabilidade muito grande da população.

 

Proteger a si mesmo é proteger seus familiares e amigos.  De nada adianta eu me cuidar, se você não se cuidar, e vice-versa. Antes de descumprir uma norma ou orientação, pense que você pode levar o coronavírus para dentro do seu lar e ser o responsável pela morte do seu pai, da sua mãe, do seu irmão, do seu filho, da sua esposa. Você aguentaria viver com essa culpa?

 

Parar a pandemia de Covid-19 não é só papel dos médicos.  É do presidente, do governador, dos parlamentares, dos prefeitos. É meu e seu, também!

 

Responsabilidade, consciência e atitude.  É tudo o que pedimos!

O Paralelo 13

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