Marcada para esta terça, reunião ministerial será a segunda do ano Com portal R7 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os ministros para uma reunião nesta terça-feira (26), quando deve colocar em pauta temas como tarifaço, regulamentação das redes sociais e as estratégias do governo para enfrentar a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Este será o segundo encontro do ano com os titulares da Esplanada. Lula quer alinhar o discurso do governo federal contra o tarifaço imposto pelos Estados Unidos. A expectativa do Executivo é reforçar, principalmente, as ações tomadas para amenizar os impactos. A taxa de 50% sobre produtos brasileiros comprados pelos EUA foi anunciada em 9 de julho e passou a valer em 6 de agosto. Uma semana depois da vigência da tarifa, o governo anunciou um plano de contingência — batizado de Plano Brasil Soberano — para socorrer os setores mais afetados. A medida prevê a manutenção de empregos, a devolução de parte dos impostos pagos pelas empresas e a compra, pelo governo, de alimentos perecíveis para o consumo em escolas, hospitais e nas Forças Armadas. Lula também deve falar com os ministros sobre as propostas do Executivo para a regulação das redes sociais. O projeto de lei está em fase de ajustes finais e deve ser encaminhado ao Congresso Nacional ainda nesta semana. O encontro com os ministros ocorre dias após a derrota do governo na instalação da CPMI que vai apurar, no Congresso, as fraudes no INSS. A expectativa do governo era emplacar aliados na presidência e relatoria do colegiado, mas, após movimento da oposição, a base aliada perdeu os cargos. Conforme apurado pelo R7, o acordo que resultou em uma chapa alternativa para o comando do colegiado contou com apoio de partidos integrantes do governo Lula. As conversas envolveram o União Brasil e o Progressistas, que controlam quatro ministérios na Esplanada. Parlamentares desses grupos não se opuseram ao movimento, que representou derrota para o Planalto, de acordo com interlocutores ouvidos pela reportagem. Entre os que deram aval à articulação, está o líder do União Brasil na Câmara, deputado Pedro Lucas (MA), anunciado em abril como futuro ministro das Comunicações, mas que recusou o convite antes da posse. O que aconteceu na CPMI? A reviravolta na comissão destinada a investigar fraudes em benefícios previdenciários marcou a sessão de quarta-feira (20). O senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente ao derrotar o aliado do Planalto, senador Omar Aziz (PSD-AM), por 17 votos a 14 — resultado que surpreendeu os governistas. Ao assumir, Viana designou como relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), contrariando a indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que defendia Ricardo Ayres (Republicanos-TO). Primeira reunião A primeira reunião ministerial do ano ocorreu em janeiro. O encontro aconteceu em meio às discussões sobre trocas na Esplanada e após o mal-estar gerado pela polêmica do Pix. Naquele encontro, também foram debatidos programas e ações para 2025 e houve um balanço dos dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula à frente do Palácio do Planalto. De lá para cá, o presidente trocou o comando de quatro pastas. O petista demitiu, em fevereiro, Nísia Trindade, do Ministério da Saúde. Ela foi substituída pelo então titular das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Com Padilha na Saúde, o ministério responsável pela articulação política do governo com o Legislativo passou para Gleisi Hofmann. Em abril, Juscelino Filho pediu demissão do Ministério das Comunicações após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por corrupção. O cargo foi assumido por Frederico de Siqueira Filho. No mês seguinte, Lula tirou Cida Gonçalves do comando do Ministério das Mulheres e passou o posto para Márcia Lopes.